Finalmente, depois de muita insistência, uma senhora corajosa concordou em me revelar a verdade. Ela disse que uma antiga lenda local contava sobre um prisioneiro que havia sido deixado para apodrecer em um abismo profundo, localizado na floresta do outro lado da cidade. Supostamente, ele havia sido condenado por um crime horrendo e agora se vingava de todos aqueles que cruzavam seu caminho.
Eu mal pude acreditar na história absurda, mas decidi investigar o abismo por mim mesmo. Enquanto eu andava pela floresta densa, ouvi um som vindo de dentro do abismo. Era um som de respiração pesada e disforme. Eu congelei no lugar, sem saber o que fazer.
De repente, uma sombra gigantesca emergiu do abismo. Era o Prisioneiro do Abismo, descrito nas lendas pelo povo da cidade. Ele emitia um som estrondoso, que parecia vir de dentro de suas entranhas. Eu tentei correr, mas tropecei em minhas próprias pernas. Quando me virei para olhar, o Prisioneiro havia colocado as mãos em mim. Senti seu hálito fétido em meu rosto, e uma sensação terrível de medo tomou conta de mim. Tentei gritar, mas não consegui.
Quando os moradores da cidade encontraram meu corpo, estava marcado com cicatrizes estranhas que nunca tinham sido vistas antes. Desde então, a cidade se recusou a falar sobre o Prisioneiro do Abismo, mas eu sei a verdade. Ainda pode haver alguém lá fora, tentando descobrir a história do Prisioneiro como eu fiz. Eu aconselho que fiquem longe do abismo, e evitem explorar o desconhecido. Aquele lugar é amaldiçoado, e as histórias sobre o prisioneiro são verdadeiras.
Depois de minha trágica morte, minha alma ficou presa nas redondezas da cidade. Eu vagava pelas ruas da pequena cidade costeira, tentando alertar as pessoas sobre a ameaça que estava presente na floresta. Infelizmente, a maioria dos moradores continuava a ignorar minhas advertências.
Eu comecei então a observar a chegada de novos visitantes à cidade. Quando eu encontrava alguém que parecia estar investigando a história do Prisioneiro do Abismo, eu tentava desesperadamente avisá-lo e impedir que eles chegassem perto do abismo. Mas, infelizmente, a maioria dos visitantes ignorava minhas advertências, achando que tudo não passava de uma lenda local.
Foi então que uma jovem repórter chegou à cidade, determinada a investigar a história do Prisioneiro. Eu sabia que ela tinha algo diferente dos outros visitantes. Havia uma ansiedade em seu olhar e uma inquietação desafiadora em sua postura.
Comecei a acompanhá-la em suas investigações, lutando contra meu próprio medo e tentando protegê-la do perigo. Mas a cada nova descoberta que fazíamos, a história do Prisioneiro do Abismo se tornava ainda mais sombria e aterrador.
Descobrimos que o Prisioneiro havia sido abandonado por um grupo de criadores de gado, por ele ter se revoltado contra suas crueldades. Ele tinha sido torturado e jogado no abismo como punição. Mas ao invés de morrer, ele sobreviveu com a ajuda de forças sobrenaturais e foi transformado em uma criatura vingativa.
Nossa investigação nos levou até o abismo, e quando finalmente chegamos lá pude sentir a presença do Prisioneiro novamente. Tentei avisar a repórter, mas isso só a deixou mais determinada a descer ao abismo.
O que aconteceu depois é difícil de descrever. Ouvi os gritos estridentes da repórter ecoando pelas trevas do abismo, sumindo em meio ao rugido do Prisioneiro. Depois disso, tudo ficou em silêncio. Eu sabia que a repórter havia tentado enfrentá-lo, mas o Prisioneiro era invencível.
Desde então, continuei vagando pelas ruas da cidade, tentando alertar os visitantes sobre o perigo no abismo. Mas o Prisioneiro do Abismo continua a vingar-se de todos aqueles que se aproximam do abismo. A única coisa que posso fazer agora é tentar proteger os vivos. Aqueles que ainda tentam descobrir a verdade sobre o Prisioneiro do Abismo precisam saber que o perigo é real e mortal.
Mas mesmo com todas as minhas tentativas, a maioria ainda continua a ignorar as minhas advertências, considerando tudo como mais uma lenda local. É frustrante ver como as pessoas não aprendem com os erros do passado. Mas eu sei que não posso desistir. Eu vou continuar a alertar todos os visitantes da cidade sobre as consequências de se aventurar perto do abismo, na tentativa de evitar que mais tragédias aconteçam.
Eu também descobri que, mesmo depois da morte, é possível encontrar um propósito para a vida. Através das minhas ações, eu sinto que estou ajudando a proteger os outros, evitando que eles acabem enfrentando o mesmo destino que eu enfrentei.
Enquanto eu continuar a vagar pelas redondezas da cidade, eu continuarei a proteger aqueles que mostram interesse em investigar a história do Prisioneiro do Abismo, e eu continuarei a tentar alertar qualquer um que esteja disposto a ouvir. Talvez um dia, alguém finalmente consiga descobrir a verdade e o Prisioneiro seja finalmente derrotado. Enquanto isso, eu me contento em fazer o que eu puder para proteger a cidade que eu amava.
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