Caminhei por ruas estranhamente desertas, vendo pouquíssimos carros, talvez uns 10 no máximo. Enfim, cheguei a um parque; esqueci o nome. No parque, havia alguns animais, esquilos e alguns patos no lago. Naquela noite, porém, estava morto silêncio. Continuei andando até perceber um banco; estava um pouco cansado, então decidi fazer uma pequena pausa.
Acordei algumas horas depois, um homem estava parado na minha frente, de sobretudo e chapéu. Ele estava de costas para mim, olhando para o lago. Olhei ao redor por um minuto e notei que não havia mais ninguém no parque. Levantei do banco e me aproximei lentamente desse estranho homem de sobretudo.
Quando cheguei perto o suficiente, toquei em seu ombro, mas ele não reagiu. Tentei falar, mas não consegui encontrar minha voz. No entanto, não precisava, pois o homem lentamente inclinou a cabeça. Ele tinha um sorriso perturbadoramente grande, quase inumano. Recuei lentamente, mas ele começou a se aproximar, com a cabeça praticamente virada para trás. O homem continuou a cambalear em minha direção, senti seus olhos fixos nos meus, embora eu nem pudesse ver os dele.
Ele começou a correr de costas na minha direção, me derrubou, minha cabeça bateu no chão. O homem se levantou e puxou uma faca afiada. Ele cortou meu braço com a faca até que eu o socasse no rosto, seu chapéu voou e, à luz da lua, vi que ele não tinha pele na cabeça. Absolutamente nenhuma pele.
O homem correu até seu chapéu e o colocou de volta na cabeça, enquanto eu corria o mais rápido que podia para longe dele. Fiz muitas curvas e desvios no caminho de volta para casa. Se ele estava me seguindo, definitivamente perdeu o rastro.
Alguns dias depois desse incidente, recebi uma carta, não assinada, que dizia:
"EU SEI ONDE VOCÊ MORA."
Nunca estive tão aterrorizado em toda a minha vida. Não posso confirmar nem negar que era o homem da outra noite, mas as chances são de que sim. Vendi minha casa e aluguei um hotel enquanto procurava por outras casas.
Durante uma dessas noites no hotel, ouvi uma batida na minha porta, era por volta das 4h50 da manhã, então fiquei um pouco assustado. Levantei e olhei pelo olho mágico.
Olhei pelo olho mágico e não havia ninguém lá, então percebi outra carta no chão. Abri timidamente e estava escrito:
"ENCONTREI VOCÊ."
Acabei de me mudar para minha nova casa e tenho medo de que esse homem sem pele me encontre. Tentei denunciá-lo à polícia, mas eles simplesmente dizem:
"As pessoas não podem viver sem pele."
Eles acham que estou delirando. Tentei mostrar-lhes as cartas, mas simplesmente sumiram.
Eu sei que não estou delirando, tenho uma cicatriz no meu braço onde o homem me cortou. É exatamente no mesmo lugar onde ele abriu meu braço naquela noite.
O que faço?
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