quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Olhos de Espelhos

É um novo ano... ótimo.

Lembrei-me de dizer isso para mim mesmo na frente do espelho do banheiro.

Estava tão cansada mentalmente e emocionalmente que precisava de uma pausa antes de perdê-la. Minha saúde mental não era boa naquela época... não pode dizer o mesmo agora... mas definitivamente é melhor! pelo menos isso.

Era um dia chuvoso e o confinamento estava começando a desaparecer, significava que as sociedade podre em que vivemos, parecia finalmente ter um vislumbre da vida antes de Covid começar, honestamente, se fosse melhor ou pior, se a sociedade fosse um problema naquela época... agora parecia mais hostil e violento do que antes.

Não posso deixar de me sentir entorpecido e congelado com a sociedade e meu papel nela, não me surpreende se for tão ruim hoje em dia. As pessoas ficam mais inteligentes ou mais burras. É um ciclo sem fim, de qualquer maneira o suficiente disso e meu ódio para a sociedade, os nomes Kith, eu tenho 18 anos e não tenho ideia por que estou me apresentando ao meu espelho.

Talvez eu seja louco.

Eu me vejo fazendo isso muitas vezes desde que Covid começou. Minha rotina consiste em acordar, esticar, amaldiçoar o mundo e passar horas no banheiro olhando para mim no espelho. Parece que sempre há alguém lá, mas só vejo meu reflexo.

Sempre dizem para não olhar por muito tempo no espelho ou pode sorrir de volta, mas honestamente eu me vejo desejando que meu reflexo sorria um dia mesmo que seja só por um lil. - Não.

Isso é tudo o que eu disse naquele dia.

Naquela época eu queria tanto, eu estava cheio de tanto ódio por nada, oh Kith burro, Kith.

Ainda me lembro como o espelho embebedava e minha luz do banheiro piscava e como o espelho se sentia quente mesmo que estivesse frio.

Lembro-me como me senti quando percebi que não conseguia respirar quando descansei a mão naquele painel reflexivo. - Não. Lembro-me de tudo, lembro como aquele espelho quente sorriu para mim. - Não.

Quem saberia o que tanto ódio pode causar a manifestar. - Não.

Naquele dia, em segundos, me encarando naquele espelho, senti minha alma ser rasgada e meus olhos se abasteci por horas, eu não conseguia me afastar. Veja bem onde minha mão estava descansando, estava uma mão frágil segurando meu pulso contra o painel e não importa o quanto eu puxasse. Meus ouvidos gritavam com sussurros e a única coisa que fez o som parar era o sangue que pingou deles, o sangue parecia quente e grosso ao me abaixar, eu fiquei pálido.

Meu nariz começou a fazer o mesmo, então meus olhos, então meus dentes, e todos os poros que existiam no meu corpo, eu mal conseguia me segurar, me senti tão fraco, que parecia que o próprio diabo estava olhando para minha alma e me punindo por ter tanto ódio. - Não.

Senti como outro braço me puxou mais perto do espelho.

Este aqui me deu uma xícara, sentia frio, não podia fazer muito, tudo que podia fazer era me ver enquanto sangrava no chão do banheiro e afundar, meu cabelo estava sufocado e o cheiro de ferro podre estava sufocando, toda vez que respirava sufocando tanto sangue.

Olhei para o espelho e lá na sombra que vi, o rosto preto fumou de algo que nem era humano, parecia tão fantasmamente e alto, que tentava imitar como eu estava, e pelo que eu pude dizer que ele estava fazendo um trabalho perfeito. Exceto pelo que era essa coisa. Não tinha olhos apenas duas tomadas vazias cheias de fumaça e larvas. - Não.

Devo ter olhado muito tempo, porque o que parecia horas eram apenas minutos, e no momento em que ele tinha me encolhido, a figura alta me manteve e enfiou o dedo nos meus olhos, gritei e tentei me afastar, mas não consegui me aproximar. - Não.

Eu me senti inútil, eu tinha começado a me arrepender de desejar que o espelho sorria de volta. - Não.

A figura cavou e esmagou qualquer coisa em seu caminho para ele obter meus olhos até que um pop enojado fosse ouvido. - Não.

Eu não podia mais ver, apenas sentir e tudo que eu podia sentir era dor total. - Não. Fui jogado nas costas.

Não conseguia me mexer, não conseguia ver, não conseguia respirar, só podia gritar, não me lembro o que aconteceu depois, mas de alguma forma alguém me achou pelo cheiro de ferro, dizem que eu estava horrível e desfigurado. - Não. como um ser afundado fantasma.

Como o que eu tinha visto. - Não.

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