“Sou inevitável como as quatro estações, dia e noite, ontem, hoje e amanhã.” “Você não pode escapar.” Ele olhou para mim, ódio em seus olhos e malícia em sua voz, parecia demoníaco. Isso me fez chorar ainda mais porque senti que era verdade, eu estava preso para sempre em um ciclo vicioso de sofrimento invisível. Eu podia ver o poço agora. Gritos vieram de dentro, seu aperto parecia um vício.
Quase começou a pular, estava ansioso e tonto com a ideia de eu encontrar meu fim. Eu me mexi, chutei e gritei até minha voz sumir e eu sentir gosto de cobre. Senti a unha do dedo indicador se romper com meu esforço infrutífero de desacelerar meu caminho cada vez mais perto de um destino horrível. Agora eu podia ver a borda do poço. “NÃO! NÃO! POR FAVOR! EU NÃO QUERO MORRER!” "Sim, você tem!" Disse com aquela risada demoníaca.
Ele segurou minha cabeça sobre o buraco, quase parecia que estava morrendo de fome por outra vítima. Caí para a frente no fosso, mas consegui me segurar na borda com uma das mãos. Ele odiava que eu ainda tivesse luta em mim, ele se inclinou sobre a borda colocando seu rosto a centímetros do meu. A saliva atingiu meu rosto, seu hálito era quente e rançoso. “Você não vale nada.” “Você estaria melhor morto.” “Você arruína a vida de todo mundo.” “Você não merece amor.” "Você é nojento." “Todo mundo é melhor que você.” “Você nunca será nada.” “Você desperdiçou sua vida.” “Eu sou o único que pode te salvar.” “Apenas desista e deixe-me assumir o controle.” “Você vai se sentir melhor lá embaixo.” “Todos os seus problemas terão desaparecido.”
Ele apontou para baixo. Em seguida, começou a levantar meu dedo um por um, lentamente fazendo com que eu perdesse o controle. Em um último esforço, estendi a mão restante, enfiando meu polegar em seu olho, ele uivou de dor e caiu de costas chorando. Eu rapidamente me puxei para cima. Eu passei pela criatura sem saber para onde estava indo. Olhei para trás e vi ele se levantando mas não me perseguiu, ficou na beira do fosso, de frente para mim sorriu e acenou, depois caiu. O fosso fechou sendo substituído por terra e grama. Eu desabei, mais uma vez soluçando dominado pela emoção. Eu sabia que voltaria, eu simplesmente sabia.
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