Mas conforme fui crescendo, algo estranho começou a acontecer. Todos os anos, na véspera de Natal, eu ouvia o som fraco dos sinos do trenó tocando do lado de fora da minha janela. Eu descartei isso como minha imaginação, um truque da mente trazido pela temporada de férias.
Mas então, um ano, o som ficou mais alto. Eu podia ouvir o barulho de cascos no meu telhado, o farfalhar de uma grande sacola sendo arrastada pelo meu gramado.
Tentei ignorá-lo, dizendo a mim mesmo que era apenas uma brincadeira ou uma brincadeira de um garoto da vizinhança. Mas quando olhei pela janela, vi algo que me gelou até os ossos.
Lá, no meu telhado, estava uma figura vestida de vermelho e branco, com uma longa barba branca e um saco pendurado no ombro. Era o Papai Noel.
Esfreguei os olhos, convencido de que estava tendo alucinações. Mas quando olhei de novo, ele ainda estava lá, olhando diretamente para mim com seus olhinhos redondos.
Tentei correr, mas minhas pernas não se moviam. Eu estava congelado no lugar, como um cervo pego pelos faróis.
Papai Noel desceu do meu telhado e se aproximou da minha janela, seus olhos perfurando os meus. E então, ele falou.
"Você não acreditou em mim, não é?" Sua voz era profunda e rouca, como a tosse de um fumante.
Tentei balbuciar uma resposta, mas minha garganta estava muito seca. Papai Noel riu, um som profundo e ameaçador que fez minha pele arrepiar.
E então, ele começou a subir pela minha janela.
Eu gritei, mas minha voz foi abafada pelo som dos sinos do trenó e pelo farfalhar de sua bolsa. Ele me agarrou pelo braço e me puxou para ele, seu aperto de ferro.
Lutei e lutei, mas era como tentar mover uma montanha. A força do Papai Noel era de outro mundo e eu era impotente para resistir.
Ele me arrastou para a lareira, sua bolsa pendurada no ombro. E então, ele me jogou dentro.
Caí em meio às chamas, meus gritos ecoando pela sala vazia. E então, tudo ficou preto.
Quando acordei, estava de volta à minha cama, meu corpo coberto de fuligem e cinzas. Esfreguei os olhos, imaginando se tudo não passara de um pesadelo.
Mas quando olhei ao redor do meu quarto, vi algo que fez meu sangue gelar. Lá, no parapeito da minha janela, havia um pequeno bastão de doces listrado de vermelho e branco, como os que Papai Noel sempre dava.
Eu soube então que não era apenas um sonho, que Papai Noel era real e que ele estava vindo atrás de mim. Todos os anos, desde então, faço questão de deixar biscoitos e leite na véspera de Natal, na esperança de apaziguar o velho alegre e mantê-lo longe.
Mas a lembrança daquela noite ainda me assombra, um lembrete constante de que, às vezes, as coisas em que não acreditamos podem ser muito mais aterrorizantes do que qualquer coisa que possamos imaginar.
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