terça-feira, 11 de abril de 2023

Tormento do Desconhecido

Sempre me senti um pouco diferente, um pouco deslocado neste mundo. Mas com o passar dos dias, comecei a perceber que havia algo profundamente errado comigo. Começou com pequenas coisas, como vislumbrar sombras se movendo quando não havia nada lá, ou ouvir sussurros ao vento. Tentei ignorá-lo, pensando que era apenas minha imaginação hiperativa.

Isso é realmente apenas minha imaginação? Eu me perguntei, tentando me tranquilizar.

Mas depois piorou. Muito pior.

Comecei a ver coisas que não existiam. Pessoas paradas no canto do meu quarto, olhando para mim com olhos que pareciam me perfurar. Eu podia sentir a respiração deles na minha pele, seus dedos gelados roçando meu rosto. E então eles desapareciam, deixando-me sozinho na escuridão.

O que está acontecendo comigo? Eu pensei, meu coração batendo forte no meu peito.

Com o passar do tempo, as pessoas ao meu redor começaram a dizer coisas que não faziam sentido para mim. Meus colegas de trabalho sussurravam sobre eventos dos quais eu não me lembrava ou faziam referências a conversas que eu tinha certeza de que nunca tivemos. Minha família olhava para mim com expressões preocupadas, perguntando se eu estava me sentindo bem, mas eles não pareciam entender o tumulto dentro da minha cabeça.

Um dia, minha melhor amiga sentou comigo, seus olhos cheios de preocupação e amor. "Acho que você pode ter esquizofrenia", ela disse gentilmente, tentando me ajudar a entender o que eu estava sentindo.

A palavra me atingiu como uma tonelada de tijolos, e o pânico cresceu dentro de mim. Minha respiração veio em suspiros curtos e rápidos, e minha visão ficou turva. A sala parecia girar ao meu redor e senti uma sensação avassaladora de pavor. Eu não conseguia processar o que ela estava dizendo – era demais. Tudo ficou preto.

Quando acordei na manhã seguinte, o sol entrava pela janela, lançando um brilho quente no chão. Eu me espreguicei, sentindo uma sensação fugaz de alívio. Será que tudo não passou de um terrível pesadelo? Levantei-me, fiz minha rotina matinal habitual e continuei meu dia, as lembranças da conversa com meu amigo e o ataque de pânico que se seguiu de alguma forma perdidos na névoa da minha mente.

Quando fui para a cama naquela noite, as sombras pareciam se reunir novamente e ouvi sussurros fracos no vento. A ansiedade se insinuou e meu coração começou a disparar. E assim, o ciclo começou tudo de novo, minha própria mente presa em um loop infinito de medo e confusão, lutando para entender a escuridão que estava me consumindo, nunca compreendendo a verdade que havia sido revelada a mim.

A cada repetição desse ciclo, eu me sentia mais sozinho e desesperado, o peso das sombras me pressionando. Eu ansiava por compreensão e compaixão, por alguém que me ajudasse a navegar na tempestade dentro da minha mente. Mas a cada vez, eu acordava para um novo dia, as memórias da noite anterior escorregando por entre meus dedos como areia, deixando-me enfrentar a escuridão mais uma vez.

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Escritor do gênero do Terror e Poeta, Autista de Suporte 2 e apaixonado por Pokémon