Minha jornada no mundo do sobrenatural começou em uma noite tempestuosa. A chuva castigava as janelas, lançando sombras sinistras que dançavam pelo quarto. Eu me vi sozinho em meu pequeno apartamento, cercado por superfícies reflexivas. Enquanto eu olhava para um espelho antigo rachado pendurado na parede, podia sentir algo me observando.
Começou como uma presença fraca e distante. Uma sombra que parecia se mover independentemente de mim. Quando eu me virava, ela ficava, uma silhueta de uma pessoa que eu não conseguia distinguir completamente. Quanto mais eu olhava, mais se solidificava. Parecia um homem, uma versão grotesca e distorcida de um, com olhos ocos e um sorriso malévolo.
Na noite seguinte, não pude resistir à vontade de investigar mais a fundo. Armado com uma lanterna, comecei a examinar cada espelho em meu apartamento. Cada um deles, não importando quão pequeno ou insignificante, tinha a mesma estranha e distorcida reflexão do homem. Encontrei até um no fundo de um armário antigo, intocado por anos.
Decidi documentar minhas descobertas. Tirei fotos, fiz esboços e anotei cada detalhe. Quanto mais eu olhava para essas imagens, mais convencido ficava de que essa entidade malévola estava tentando se comunicar comigo. Mas eu não conseguia decifrar sua mensagem. Era como se o segredo que guardava estivesse logo além do meu alcance.
À medida que os dias se transformaram em semanas, minha vida se tornou um caos. Noites sem dormir, sons inexplicáveis e eventos estranhos se tornaram a norma. A sombra no espelho estava ficando mais forte, mais insistente, e suas intenções estavam longe de ser amigáveis.
Então, em uma noite, enquanto eu olhava para minha reflexão em um banheiro mal iluminado, a sombra se manifestou mais claramente do que nunca. Ela falou, mas não com palavras. Em vez disso, enviou uma onda arrepiante de pensamentos diretamente para a minha mente. Ela queria algo, algo que eu não conseguia compreender.
Decidi entrar em contato com uma investigadora paranormal, uma mulher chamada Eliza, que havia lidado com casos semelhantes antes. Ela chegou com um conjunto de equipamentos, determinada a me ajudar a descobrir a verdade.
Eliza examinou minha coleção de imagens dos espelhos e ficou imediatamente chocada. Ela explicou que a figura distorcida era um espírito malévolo, preso aos espelhos por um ritual sombrio. Estava tentando se libertar e precisava de um hospedeiro para isso.
A desesperação me levou a buscar uma solução. Eliza e eu tentamos quebrar a maldição que prendia o espírito aos espelhos, mas ele resistiu com violência. Arremessou objetos, quebrou vidro e até tentou possuir Eliza. Mal conseguimos escapar com nossas vidas.
No final, só havia uma maneira de conter o espírito malévolo. Reunimos todos os espelhos, quebramo-los e enterramos os pedaços em terreno consagrado. Enquanto fazíamos isso, a sombra nos espelhos uivava, sua sinistra presença enfraquecendo a cada pedaço quebrado.
Anos se passaram desde aquela noite fatídica, mas ainda não consigo afastar a sensação de que a sombra no espelho está lá fora, esperando para ser libertada. Uma coisa é certa: nunca mais olharei para um espelho da mesma maneira.
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