quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Cemitério Antigo

Vou contar a história que aconteceu comigo e meu amigo há cinco anos. Tudo aconteceu no verão, quando eu estava na casa da minha avó em uma cidade tranquila. Já naquela época, poucas pessoas viviam lá; todos estavam se mudando de uma cidade grande para a cidade pequena e pacata, e apenas os idosos permaneciam.

Quase todas as casas estavam abandonadas, e apenas em algumas delas ainda morava alguém. Eu tinha um amigo lá, que morava com a avó, sem outros parentes. 

Seu nome era Michael. A cidade, com sua aparência assustadora e abandonada, já me causava horror; havia algo nela que arrepiava a alma.

Em um dia quente de verão, meu amigo e eu fomos para o rio. Passamos o dia nadando, descansando na margem e pescando. O dia passou despercebido, e quando decidimos voltar para casa, o sol já havia se posto. 

Pegamos todas as coisas, as varas de pesca, e partimos para casa. Tínhamos apenas uma bicicleta, pois a corrente da minha bicicleta tinha quebrado uma semana antes, então tivemos que andar em uma única bicicleta. 

Michael sentou na bicicleta, e eu sentei no bagageiro atrás.

Precisávamos andar uns trinta minutos até a cidade, e a ideia de passar pelo antigo cemitério me assustava um pouco. Já naquela época, eu tinha um pressentimento ruim. Quando passamos pelo cemitério, ambos ficamos alertas com uma cova recentemente aberta, porque ninguém mais estava sendo enterrado lá; todos estavam sendo sepultados em um novo cemitério. Ficamos assustados e aceleramos.

Já estávamos indo por uma estrada normal para carros, embora os carros passassem raramente. Quando estávamos a cinco minutos do cemitério, um ruído atrás de nós me deixou alerta, e eu olhei para trás. O que vi naquele momento ficou gravado na minha memória para sempre.

Uma mulher estava correndo atrás de nós, usando um vestido de noiva sujo de lama. Ela parecia assustadora: seu rosto era branco como giz, e a expressão facial demonstrava raiva. Estávamos subindo um morro, então a bicicleta não ia muito rápido, mas ela corria na nossa direção de forma assustadoramente rápida. Quando ela estava a três metros de mim, a estrada começou a descer. Mas eu a vi de perto.

Seus dentes não eram como os de uma pessoa; eram mais numerosos, afiados e longos. Seu nariz era mais comprido e mais espesso que o de uma pessoa, e na cabeça, os cabelos estavam em alguns lugares arrancados junto com a pele, pendurando em pedaços. 

Fiquei com muito medo. Ela começou a ficar para trás, e desapareceu de vista quando chegamos à nossa cidade. Meu amigo e eu corremos para a casa de sua avó e trancamos as portas.

Não contamos nada para a avó dele. Na manhã seguinte, percebemos que o portão e a porta da vizinha estavam abertos. Mais tarde, descobrimos que ela tinha desaparecido. A polícia veio, mas não a encontraram. 

Meus pais me tiraram da cidade imediatamente após esse incidente. E só agora, cinco anos depois, eu retornei lá. Perguntei à minha avó sobre meu amigo, e ela me disse que ele morreu no verão passado. Fiquei muito triste e decidi visitar seu túmulo.

Quando cheguei lá, a tristeza pelo meu amigo me envolveu, comecei a relembrar os eventos daquela noite, mas eu me convenci de que era apenas minha imaginação. No entanto, antes de sair, vi algo branco no chão ao lado do túmulo. Era um pedaço de tecido, parecido com o vestido que vi naquele ser naquele dia. Tenho certeza de que não era humano, e estou certo de que foi isso que matou meu amigo.

Esta manhã, quando saí de casa, descobri um pedaço desse tecido pendurado em um prego no portão. Isso só pode significar uma coisa: ela veio até mim. Tenho muito medo dela... Escrevo isso para que, se algo acontecer comigo, todos saibam o que aconteceu.

1 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom e assustador ao mesmo tempo, parabéns Douglas

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Escritor do gênero do Terror e Poeta, Autista de Suporte 2 e apaixonado por Pokémon