Comecei a experimentar com a câmera, fascinado por sua mecânica antiga e a ideia de capturar momentos em filme. Mas em breve, comecei a notar anomalias peculiares nas fotos reveladas. No início, eram sutis - figuras sombrias ao fundo, rostos parcialmente obscurecidos e estranhas esferas de luz. Atribuí isso ao desgaste do equipamento, supondo que fosse apenas o tempo afetando o filme.
No entanto, à medida que mergulhei mais fundo, as anomalias se tornaram mais pronunciadas. Em cada foto, as figuras pareciam se aproximar, seus rostos contorcidos de agonia ou desespero. Sentia um crescente desconforto, como se algo sinistro se escondesse dentro da câmera.
Uma noite, enquanto me concentrava em tirar um retrato da minha sala de estar, um grito arrepiante ecoou pela minha casa. Parecia vir de dentro da própria câmera. Dei um salto de susto e a deixei cair, o som ainda ecoando nos meus ouvidos. Abalado, a peguei com cautela, verificando a imagem que tinha capturado.
A foto mostrava uma cena saída de um pesadelo. Ao fundo, estava uma figura distorcida e sombria, com dedos alongados se estendendo em minha direção. Seu rosto era uma máscara grotesca de agonia, e seus olhos pareciam penetrar em minha alma. Senti um suor frio romper em minha testa quando percebi - essa figura não estava lá quando tirei a foto.
Aterrorizado, decidi confiar em um amigo que era conhecedor do ocultismo. Ele sugeriu que a câmera poderia ser um receptáculo para capturar espíritos ou entidades de outro plano. Meu amigo me advertiu para parar de usá-la, mas a curiosidade e uma estranha fascinação pelo sobrenatural me impeliram a continuar.
A cada foto que tirava, as figuras assombradas pareciam mais próximas, sua presença se tornando mais ameaçadora. Era como se estivessem tentando romper a barreira entre o mundo deles e o meu. Minhas noites se tornaram inquietas, assombradas por pesadelos e uma constante sensação de estar sendo observado.
O ponto de virada veio quando, em um momento de desespero, capturei uma foto do meu próprio reflexo. Para meu horror, na imagem, estava uma das figuras sombrias, de pé logo atrás de mim, com a mão quase tocando meu ombro.
Temendo por minha segurança, resolvi destruir a câmera. Mas, quando ergui um martelo para quebrá-la, um grito de outro mundo perfurou o ar, arrepiando-me. Em pânico, joguei a câmera em uma sacola e, apesar dos protestos vindos dela, a atirei no rio.
Desde então, as imagens assombradas cessaram, mas um temor persistente permanece. Muitas vezes, me pergunto se a câmera ainda assombra as profundezas daquele rio ou se encontrou seu caminho de volta para o nosso mundo, carregando consigo as almas atormentadas que capturou. Como palavra de cautela, insto você, caro leitor, caso se depare com uma misteriosa câmera antiga, evite seus poderes arrepiantes, para que não seja arrastado para um mundo de terror e desespero.
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