O ar está denso com um silêncio gélido, quebrado apenas pelo som dos meus próprios passos ecoando pelos corredores vazios. O edifício fica como um monumento esquecido à loucura, suas janelas quebradas e suas paredes cobertas de hera e decadência. Ao entrar, um arrepio percorre minha espinha, e não consigo deixar de sentir que ultrapassei um limiar para outro mundo.
O manicômio é um labirinto de memórias esquecidas, cada quarto guardando sua própria história distorcida. As paredes são adornadas com papel de parede descascado, revelando vislumbres dos horrores que uma vez ocorreram dentro destas paredes. O cheiro de mofo e decadência enche o ar, misturando-se ao leve aroma de algo muito mais sinistro.
Avanço mais fundo no manicômio, meu coração batendo forte no peito. A escuridão parece engrossar a cada passo, a luz vacilante da minha lanterna mal iluminando o caminho à frente. Sombras dançam nas paredes, assumindo formas estranhas que parecem observar cada movimento meu.
De repente, uma porta range aberta, e eu congelo no lugar. Meu fôlego fica preso na garganta enquanto olho para o quarto. Móveis quebrados e vidro estilhaçado cobrem o chão, mas é a escrita nas paredes que envia um arrepio pela minha espinha. Em letras vermelho-sangue, as palavras "Eles estão observando" estão rabiscadas repetidamente, como os apelos desesperados de uma alma atormentada.
Não consigo me livrar da sensação de que estou sendo seguido. Sussurros ecoam pelos corredores, choros fracos que parecem vir das próprias paredes. O manicômio está vivo com uma presença, uma força maligna que quer que eu vá embora, mas não me permitirá escapar.
Enquanto continuo minha exploração, os fenômenos sobrenaturais se tornam mais pronunciados. Objetos se movem por conta própria, portas se fecham sem causa visível, e pontos frios me enviam um arrepio pela espinha. Consigo ouvir o som distante de risos, uma sinfonia estranha que parece aumentar a cada momento que passa.
Meu coração dispara quando entro em um quarto que parece diferente dos outros. O ar está carregado com uma energia opressiva, e consigo sentir o peso do passado pressionando sobre mim. O quarto está cheio de equipamentos médicos antigos, enferrujados e cobertos de poeira. Mas são as fotografias que revestem as paredes que capturam minha atenção.
As fotografias retratam pacientes em vários estados de tormento e desespero. Seus rostos contorcidos pelo medo e pela agonia, seus olhos ocos e sem vida. Sinto uma sensação avassaladora de pavor, como se suas almas torturadas ainda pairassem dentro destas paredes, presas em um pesadelo eterno.
De repente, a porta se fecha atrás de mim, e sou envolvido pela escuridão. O pânico surge dentro de mim enquanto tateio pela minha lanterna, mas quando a ligo, o feixe revela uma visão que me faz cambalear. As paredes estão cobertas com a mesma escrita vermelho-sangue de antes, mas desta vez, está mais próxima. As palavras me cercam, se fechando como um laço.
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