Tudo começou de forma inocente. Meus amigos e eu, um grupo de estudantes universitários sempre em busca de algo diferente para fazer, decidimos explorar os terrenos abandonados do parque de diversões nos arredores de nossa pequena cidade. O parque havia sido fechado décadas atrás, deixando para trás uma coleção assustadora de brinquedos enferrujados e banners desbotados.
Entramos por um portão quebrado, nossas lanternas cortando a escuridão que parecia grudada ao lugar. O ar estava denso com uma energia estranha, quase tangível. Conforme vagávamos mais fundo nos terrenos, começamos a ouvir sussurros fracos, como conversas distantes carregadas pelo vento.
Ignorando o desconforto que se instalava em meu estômago, nos aproximamos do carrossel deteriorado. Sua tinta descascava, e os cavalos, outrora vibrantes, agora pareciam caricaturas grotescas congeladas em meio a um galope. Conforme circundávamos o carrossel, os sussurros aumentavam, transformando-se em vozes distintas que pareciam ecoar do ar vazio ao nosso redor.
Foi quando o vimos - um homem vestido com uma roupa rasgada de animador de parque, em pé ao lado do carrossel. Seu rosto estava obscurecido pelas sombras de um chapéu de aba larga, mas sua presença era inegável. Tentamos conversar com ele, mas ele permaneceu em silêncio, o olhar fixo no carrossel.
Os sussurros atingiram um clímax, e de repente, o carrossel deu um tranco. As engrenagens enferrujadas gemiam, e os cavalos começaram a se mover, seus olhos pintados encarando nossas almas. O pânico se instalou enquanto tentávamos fugir, mas uma força invisível nos manteve no lugar.
O animador de parque ergueu a cabeça, revelando órbitas oculares vazias que brilhavam com uma luz sobrenatural. Sua voz, um som baixo e gutural, ecoou em nossas mentes. "Bem-vindos ao espetáculo", ele disse, e o carrossel girou mais rápido, o metal rangendo abafando nossos gritos.
Nos encontramos transportados para um parque de diversões de pesadelo, um reino distorcido onde a realidade se misturava com o pesadelo. Os brinquedos estavam vivos, pulsando com uma energia maligna, e criaturas grotescas vagavam pelos terrenos. Cada tentativa de escapar só nos levava mais fundo no pesadelo.
Dias se confundiam com noites enquanto vagávamos pelo parque amaldiçoado, nossa sanidade escapando a cada momento que passava. Encontramos outras almas perdidas, presas como nós, seus olhos vazios e suas expressões congeladas em terror perpétuo. O animador de parque, uma presença espectral, nos observava, seu riso ecoando pela paisagem estranha.
Finalmente, nos deparamos com uma roda-gigante enferrujada que parecia perfurar o céu ameaçador. O animador de parque apareceu diante de nós, sua mão esquelética indicando a estrutura rangente. "A única saída é dar um passeio", sussurrou.
Sem outra opção, embarcamos na roda-gigante, o rangido e gemido atingindo um volume ensurdecedor. Conforme ascendíamos, os terrenos do parque de diversões desapareciam, substituídos pelo mundo familiar que conhecíamos. Saímos cambaleando do parque de diversões abandonado, desorientados e traumatizados.
Desde aquela noite, meus amigos e eu fomos assombrados por pesadelos. Ouvimos os sussurros na escuridão e, às vezes, quando o vento sopra da maneira certa, a risada distante do animador de parque chega aos nossos ouvidos. Não consigo me livrar da sensação de que os antigos terrenos do parque ainda têm um domínio sobre nós, que nunca estamos verdadeiramente livres dos estranhos acontecimentos que ocorreram naquela noite fatídica.
Portanto, considere isso um aviso. Se você algum dia se deparar com os antigos terrenos do parque de diversões, resistir à tentação de explorar. O animador de parque espera, e uma vez que você entra em seu reino, a fuga se torna uma memória distante.
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