quarta-feira, 3 de julho de 2024

Descobri o Segredo Mais Sombrio da Minha Cidade

Cresci em uma pequena e pitoresca cidade onde a maior emoção era a feira de verão anual. Era o tipo de lugar onde todos conheciam todos, e nada mudava muito. Até a noite em que o Piscar apareceu.

Tudo começou como uma lenda local. Os mais velhos sussurravam sobre isso, avisando as crianças para estarem dentro de casa antes de escurecer. Diziam que o Piscar era uma entidade espectral que aparecia como um breve flash de luz, muitas vezes vislumbrado pelo canto do olho. A maioria descartava isso como superstição, uma história para manter as crianças longe das ruas à noite. Mas aqueles que o encontraram falavam dele com um temor silencioso.

Eu tinha dezessete anos quando vi o Piscar pela primeira vez. Estava voltando para casa da casa do meu amigo Alex, o ar noturno fresco contra minha pele. Os postes de luz lançavam longas sombras, e o único som era o zumbido distante das cigarras. Então, do nada, um flash de luz à minha esquerda. Virei, mas não havia nada ali. Apenas a mesma rua vazia. Balançando a cabeça, convenci-me de que era apenas minha imaginação e corri para casa.

No dia seguinte, Alex estava ausente na escola. Preocupado, decidi visitá-lo após as aulas. Sua mãe atendeu a porta, com os olhos vermelhos de tanto chorar. Alex havia desaparecido durante a noite. Não havia sinal de luta, nenhum bilhete—ele simplesmente sumiu.

A cidade estava agitada com especulações, mas ninguém conseguia explicar seu desaparecimento. Nas semanas seguintes, mais pessoas começaram a desaparecer. Sempre à noite, e sempre precedidas por uma visão do Piscar. Não demorou muito para que a cidade fosse tomada pelo medo.

Uma noite, enquanto eu estava no meu quarto tentando entender tudo isso, as luzes começaram a piscar. Meu coração disparou enquanto eu olhava para a lâmpada, desejando que ela permanecesse acesa. De repente, o quarto mergulhou na escuridão. No breu total, eu vi—um breve, brilhante flash no canto do meu olho. Virei lentamente, o pavor crescendo no meu estômago.

Parado no canto do meu quarto estava uma figura, mal discernível na escuridão. Parecia ser feita de sombras, sua forma oscilando e tremeluzindo como uma vela ao vento. Seus olhos, no entanto, eram extremamente brilhantes, quase cegantes. Eu estava congelado no lugar, incapaz de me mover ou gritar.

A figura falou, sua voz um sussurro que parecia vir de todos os lugares e de lugar nenhum ao mesmo tempo. "Você deve partir. Esta cidade é minha."

O quarto de repente foi inundado de luz quando a energia voltou. A figura havia desaparecido, mas o terror permaneceu. Eu sabia que não podia ficar. Arrumei uma mala, deixei um bilhete para meus pais e peguei o primeiro ônibus para fora da cidade.

Por anos, mudei de lugar em lugar, tentando escapar das memórias daquela noite. Mas o Piscar estava sempre lá, à espreita nas sombras, um lembrete constante do terror do qual eu havia fugido. Tentei avisar os outros, mas ninguém acreditava em mim. Eles achavam que eu estava louco, assombrado por uma invenção da minha imaginação.

Uma noite, enquanto eu estava sentado em um quarto de motel sujo, as luzes começaram a piscar. Eu sabia o que estava por vir. Eu tinha fugido por tanto tempo, mas o Piscar finalmente me alcançara. O quarto escureceu, e eu o vi novamente—a figura sombria com olhos como brasas ardentes.

"Você não pode escapar," sussurrou. "Seu destino está selado."

Desta vez, não havia como fugir. Fiquei firme, meu coração batendo forte no peito. "O que você quer de mim?" Exigi, minha voz trêmula.

A figura se aproximou, sua forma oscilando e tremeluzindo. "Seu medo," disse simplesmente. "Seu desespero."

Percebi então que o Piscar se alimentava do medo, tirando força do terror que instilava em suas vítimas. Não era apenas um espírito maligno—era um parasita, prosperando na escuridão dentro de nós.

Respirei fundo, tentando me acalmar. "Eu não vou mais ter medo de você," declarei. "Você não pode me controlar."

A figura hesitou, seus olhos se estreitando. Por um momento, parecia incerta. Então, com um flash final e ofuscante, desapareceu.

As luzes voltaram, e eu estava sozinho no quarto. O Piscar havia sumido, mas as cicatrizes permaneceram. Eu sabia que ele sempre estaria lá fora, à espreita nas sombras, esperando a próxima pessoa sucumbir ao seu terror. Mas eu enfrentei meu medo e, ao fazer isso, enfraqueci seu domínio sobre mim.

Voltei para minha cidade natal, determinado a ajudar os outros a superar seu medo. Compartilhei minha história, e lentamente, a lenda do Piscar perdeu seu poder. A cidade começou a se curar, e os desaparecimentos pararam.

Anos depois, enquanto caminhava pelas agora pacíficas ruas, vi um breve flash de luz pelo canto do meu olho. Virei, mas não havia nada ali. Apenas uma rua vazia, banhada pelo brilho quente do sol poente.

O Piscar sempre faria parte da nossa história, um lembrete da escuridão que espreita dentro de todos nós. Mas enquanto enfrentássemos nossos medos, ele nunca teria poder sobre nós novamente.

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Escritor do gênero do Terror e Poeta, Autista de Suporte 2 e apaixonado por Pokémon