sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Preso em um ciclo

Enquanto a lua cheia pairava baixa no céu negro como tinta, me encontrei sozinho em uma desolada estrada rural. A luz tremeluzente de um poste de luz quebrado era minha única companhia, lançando sombras sinistras que dançavam com as folhas que sussurravam. Apertei o volante, o frio no ar penetrando meus ossos, enquanto o sentimento de apreensão crescia a cada milha percorrida.

Eu tinha estado dirigindo por horas, perseguindo um destino conhecido apenas por mim. O rádio estalava com estática, preenchendo o silêncio com sussurros assombrados. À distância, uma fazenda dilapidada e há muito abandonada pairava. Suas janelas quebradas olhavam para mim como as órbitas vazias de um espectro fantasmagórico.

Com uma compulsão inexplicável, estacionei o carro e entrei na casa em ruínas. As tábuas rangentes do chão ecoavam a cada passo, como se a própria casa suspirasse com o peso de seus segredos sombrios. As paredes estavam adornadas com papel de parede desbotado e descascado, revelando vislumbres de vidas passadas esquecidas pelo tempo.

Subi uma escada cambaleante, meu coração batendo forte, que me levou a uma sala no final do corredor. A sala estava banhada por uma luz de lua pálida e sinistra. Um livro velho e esfarrapado jazia aberto sobre uma mesa empoeirada, suas páginas repletas de símbolos enigmáticos e ilustrações ameaçadoras.

Enquanto eu encarava o livro, senti uma presença atrás de mim. Virei lentamente, meus olhos encontrando um reflexo de terror em um espelho trincado e envelhecido. Não era meu próprio reflexo; era uma figura, magra e fantasmagórica, espreitando nas sombras.

Uma voz, como um sussurro gélido, arrepiou minha espinha. "Você nunca deveria ter vindo aqui."

Tentei fugir, mas minhas pernas se recusaram a se mover. A figura no espelho se aproximou, estendendo a mão em minha direção. O pânico me dominou, e fechei os olhos, rezando para que tudo fosse apenas um pesadelo.

Quando os abri, estava de volta ao meu carro, estacionado na mesma estrada desolada. A lua estava baixa no céu, e o poste de luz ainda tremeluzia. Mas o sentimento de apreensão tinha se intensificado, um peso opressor em meu peito.

Continuei dirigindo, desesperado para escapar do pesadelo que me havia enredado. Mas a estrada parecia se estender infinitamente, me levando em círculos, e a noite se recusava a soltar sua garra. A cada curva, a mesma fazenda aparecia, como uma maldição da qual eu não conseguia escapar.

Naquele momento, percebi que estava preso em um ciclo interminável, uma realidade macabra onde o tempo não tinha significado. O mesmo medo, o mesmo terror, a mesma figura fantasmagórica me aguardavam toda vez que eu chegava a esse lugar maldito.

Estou escrevendo isso agora, com as mãos trêmulas, enquanto estou sozinho em meu carro. A lua permanece baixa no céu, e o poste de luz ainda tremeluz. Estou preso neste pesadelo, revivendo os mesmos horrores repetidamente, e não há escape. Se você algum dia se encontrar nessa estrada desolada, lembre-se do meu aviso e volte antes que seja tarde demais.

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Escritor do gênero do Terror e Poeta, Autista de Suporte 2 e apaixonado por Pokémon