Tudo começou com uma transmissão. Uma voz profunda e distorcida emanava simultaneamente de todos os rádios, televisões e transmissões de internet. A mensagem era simples, mas arrepiante: "A verdade foi escondida. Decidam por vocês mesmos. Ou o quê?"
Ninguém sabia de onde veio, mas o mundo entrou em caos em questão de horas. Fóruns da Terra Plana explodiram, com seus membros reivindicando validação. Crentes em alienígenas apontavam para os céus, insistindo que a transmissão era prova de interferência extraterrestre. Governos se apressaram para conter o tumulto, emitindo declarações que apenas aprofundaram as suspeitas. A frase "Ou o quê?" tornou-se um grito de guerra para todos que acreditavam que o mundo não era como parecia.
Em Quebec, a bandeira flor-de-lis se ergueu mais alta do que nunca enquanto rumores se espalhavam sobre arquivos secretos escondidos em Montreal. Alegavam que o Vaticano e a NASA conspiraram para enterrar evidências de encontros extraterrestres antigos. Um grupo sombrio conhecido como Les Veilleurs prometeu revelar tudo se conseguissem invadir o suposto cofre.
Enquanto isso, um grupo de cientistas trabalhando em um observatório em ruínas alegou detectar um sinal do espaço profundo—codificado nele, um mapa que levava a uma cidade há muito enterrada sob as areias do deserto. Mas justo quando se preparavam para publicar suas descobertas, o cientista líder desapareceu misteriosamente, deixando para trás um bilhete rapidamente rabiscado que dizia simplesmente: "Nunca estivemos sozinhos."
Conspiração sobre conspiração. Alguns argumentavam que os governos mundiais haviam se unido para injetar microchips através de vacinas, controlando a humanidade sob o disfarce da saúde. Outros acreditavam que a Terra não era um globo, mas um plano plano, cercado por uma parede impenetrável de gelo. O caos se espalhou pelas ruas, com hologramas de alienígenas projetados em arranha-céus, protestos exigindo a "verdade" e pessoas usando chapéus de papel alumínio com sombria determinação.
No meio de tudo isso, uma astrônoma amadora chamada Dana estava sentada em seu porão, examinando seus dados do telescópio. Ela não acreditava em conspirações—pelo menos, não no início. Mas os padrões que ela via nas estrelas não correspondiam a nada que ela havia aprendido. Era como se o céu inteiro tivesse mudado durante a noite. Ou sempre tinha sido assim, escondido à vista de todos?
Então, a transmissão voltou. A mesma voz, mais clara desta vez. "Decida sua verdade. O relógio está correndo. Ou o quê?"
A mensagem terminou com coordenadas apontando para um local não marcado no Ártico. Uma equipe de jornalistas, caçadores de emoções e preparadores para o fim do mundo correu para o local. O que encontraram estava além de qualquer coisa que imaginavam: uma estrutura monolítica, parte máquina, parte organismo, brilhando com uma luz sobrenatural. Dentro, entalhes retratavam duas Terras—uma redonda, uma plana—colidindo em uma batalha cósmica.
A mensagem final entalhada na pedra dizia: "Vocês foram avisados. Ou o quê."
Enquanto o chão sob seus pés começava a tremer, o grupo percebeu que a escolha não era sobre acreditar em uma versão da verdade ou outra. Era sobre algo muito pior: o que acontece quando ambas estão erradas.
0 comentários:
Postar um comentário